A Química é uma Ciência exata estritamente baseada em fatos e comprovações científicas, mas nem sempre isso ocorreu dessa forma. Diversos relatos de desenvolvimento de técnicas químicas são encontrados no decorrer da história da humanidade.
Nos povos da mesopotâmia podemos perceber a utilização de ligas metálicas para melhoria das armas e dos utensílios domésticos. Nos egípcios houve um grande desenvolvimento da química para fabricação de vidro, porcelana, papiro, corantes, medicamentos, perfumes e cerveja. Inclusive no ritual de mumificação diversas substâncias químicas eram utilizadas a fim de conservar os corpos.
Os gregos foram os primeiros a pensar a respeito dos fenômenos da natureza e inclusive descreviam a matéria como sendo divisível até certo ponto o qual não poderia mais ser dividido, o chamado átomo. A palavra átomo foi utilizada por significar “não divisível”. Outra corrente de pensamento acreditava que o Universo inteiro era constituído pelos quatro elementos fundamentais: terra, água, fogo e ar.
Quando falamos na história da Química não podemos deixar de lado a importância da figura dos Alquimistas para esse processo. Mas enfim, quem eram eles e porque foram tão importantes para o desenvolvimento da Química?
Os primeiros relatos a respeito dos Alquimistas datam de 300 a.C. em Alexandria e se estendem até 1500 d.C. As pessoas adeptas a essa crença utilizavam e uniam o conhecimento em diversas áreas (Ciências, religião, medicina, astrologia e medicina) para encontrar a Pedra Filosofal ou elixir da longa vida que teria o poder de transformar todos metais em ouro e conceder vida eterna. Para conseguir realizar a “Grande Obra”, como eles próprios se referiam ao processo, eles foram os pioneiros no desenvolvimento de diversas técnicas de laboratório que são utilizadas até hoje (claro que de forma aprimorada). Entre essas invenções estão o banho-maria, a destilação e a sublimação. Entre as substâncias descobertas estão o álcool, o ácido sulfúrico e o ácido nítrico.
A partir da Alquimia surgiu a Iatroquímica, representada principalmente pela figura de Phillipus Aureolus Theophrastus Bombast von Hohenheim, mais conhecido como Paracelso. Ele era um filósofo, médico e alquimista suíco que nasceu em 1493 e que se dedicava a combater doenças através da criação de medicamentos à base de fontes minerais.
Podemos dizer que Robert Boyle e Antoine Laurent Lavoisier foram primordiais para a consolidação e transição da Química para o patamar de Ciência. O físico e químico irlandês Robert Boyle é considerado o pai da Química principalmente pela introdução do uso do “método científico”, ou seja, apenas suas hipóteses não bastavam, era preciso comprová-las cientificamente. Além disso, ele definiu um elemento químico como uma substância que não pode ser quebrada em partes menores e se uma substância puder ser quebrada então não é considerada um elemento químico.
Com esse novo olhar sobre a Química iniciou-se o século XVII (o século do Iluminismo) e com ele surge o fundador da Química Moderna, o francês Antoine Laurent Lavoisier. Entre as principais contribuições de Lavoisier para a Química Moderna estão a criação da Lei de Conservação das Massas, a refutação da teoria do flogístico e o lançamento do primeiro livro de Química Moderna, o “Tratado elementar da Química”.
A refutação da teoria do flogístico foi importante porque até então acreditava-se que qualquer substância que entrava em combustão ou calcinação liberava para o ar uma matéria que era então chamada de flogisto. Essa teoria apesar de apresentar diversas falhas foi aceita durante um bom tempo por conseguir explicar fenômenos químicos como a perda de massa de uma substância após uma reação de combustão. Para conseguir entender melhor esses fenômenos, Lavoisier se dedicou ao estudo baseado principalmente no oxigênio e percebeu que as massas eram mantidas em um processo reacional o que culminou no lançamento da Lei de Conservação das Massas que é aceita até hoje no meio científico.
A partir desse ponto a Química já estava consolidada como Ciência e então retornou-se ao estudo da constituição da matéria e aos modelos atômicos. Em 1800 John Dalton, baseado inclusive na Lei de Conservação das massas proposta por Lavoisier lançou o seu modelo atômico que considerava o átomo como uma partícula indivisível entre outros aspectos.
Após ele em 1897 foi a vez de J.J.Thomson que sugeriu que o átomo era uma esfera positiva que continha elétrons em toda sua superfície, modelo que logo foi considerado inadequado.
O terceiro modelo atômico sugerido foi o de Ernest Rutherford e que posteriormente foi aprimorado por Niels Bohr. Esse modelo contou com o avanço dos estudos em radioatividade e das partículas Alfa. A ideia agora era que o átomo continha um núcleo e uma eletrosfera que foram descobertos a partir do experimento com uma lâmina de ouro bombardeada por partículas Alfa.
Em paralelo a esses avanços no estudo das estruturas atômicas se desenvolviam os estudos a respeito da Tabela Periódica e da radioatividade.
No que tange a história da tabela periódica temos como precursor Johann Dobereiner que criou a Lei das Tríades, John newlands que criou a lei das oitavas e Dimitri Ivanovich Mendeleev que encontrou o fator da periodicidade como fundamental para a disposição dos elementos. Por fim, em 1913 Henry Moseley definiu o número atômico como guia para a disposição dos elementos na Tabela Peródica.
Na área da radioatividade os principais estudos foram desenvolvidos por Henri Becquerel e Marie Curie e seu marido Pierre Curie. O cientista Bequerel entre outras coisas comprovou a emissão de radiação a partir do elemento Urânio e Marie Curie foi a responsável pela descoberta de dois elementos químicos conhecidos pelo seu alto índice de radiação, o Rádio e o Polônio.
Com a união da teoria com a experimentação a Química obteve grande êxito nos dois últimos séculos e hoje em dia é parte fundamental no desenvolvimento do mundo moderno. A indústria atualmente só tem sucesso no desenvolvimento de novos produtos por ter se voltado para o desenvolvimento químico e tecnológico e a tendência é que isso aumente cada vez mais.
Mas devemos entender que toda essa evolução só foi possível com o esforço somado de diversos cientistas durante a História da humanidade bem como da necessidade humana de melhorar suas condições de vida.
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