A Análise Financeira equivale à realização de uma «radiografia» da empresa, numa perspectiva de evolução temporal, detectando pontos fracos e propondo medidas que ultrapassem possíveis fraquezas detectadas. “Martins (2002).
A análise financeira é um elemento fundamental para todos
aqueles que pretendem fazer algum tipo de diagnóstico à saúde financeira de uma
dada organização. Esta engloba um conjunto de instrumentos e de métodos que
permitem uma avaliação da situação financeira e, também, do desempenho de uma
empresa, e tem vindo a ser aplicada cada vez mais às diversas organizações
dotadas de autonomia financeira (Cohen, 1990).
A análise financeira está vocacionada para a recolha,
tratamento e análise de informação de índole económico-financeira, com o
intuito de fornecer dados e informações financeiras fidedignas, que
possibilitem uma tomada de decisão fundamentada por parte dos gestores
(Fernandes et al, 2012).
Em traços gerais, a análise financeira visa aferir a
evolução da situação financeira e de rendibilidade da empresa, detectar
tendências futuras de evolução, facultar informações fidedignas e importantes
para a gestão e, ainda, propor medidas correctivas (Fernandes et al, 2012).
A análise financeira é uma ferramenta útil a diversos
intervenientes (investidores, credores – entre os quais as instituições
bancárias – clientes, fornecedores, colaboradores, gestores e o próprio
Estado). No entanto, numa perspectiva muito prática, assume importância no
apoio à gestão e tomada de decisão (Neves, 20012).
Nesse sentido, a análise financeira está vocacionada para
a recolha, tratamento e estudo de informação de cariz predominantemente
económico-financeiro, com i intuito de obter dados e informações financeiras
que sirvam de base para a tomada de decisão dos gestores financeiros (Fernandes
et al, 2012)
Análise Financeira no processo de tomada de decisão
Hoje, mais que nunca, a gestão financeira estratégica são
como as duas faces de uma moeda. A gestão financeira tem que ser englobada num
planeamento estratégico global, que direccione a organização num caminho que assegure,
a médio e longo prazo, vantagem competitivas, configurando os seus recursos num
ambiente de mudança continua, de modo a satisfazer as necessidades dos mercados
e a corresponder às expectativas dos interessados (proprietários, investidores
e parceiros, por exemplo) (Silva e Queirós,2009).
Actualmente, o nível de risco financeiro das empresas é,
de uma forma geral, elevado, pelo que busca da estabilidade e da
sustentabilidade a médio/longo prazo obriga a uma gestão muito rigorosa, de
forma a garantir que os recursos disponíveis são suficientes para atender às
necessidades da organização e financiar as actividades de desenvolvimento e
crescimento (Neves, 2012).
Por esse
motivo, o conhecimento verdadeiro e real da situação financeira da empresa e
fundamental para efectuar as escolhas adequadas, face a conjuntura que se
verifica (Bessa, 2008). A analise financeira disponibilizada, então, a
informação que esta na base do processo de tomada de decisões, conferindo-lhe
um carácter racional, sustentado na análise profunda da informação disponível
(Moreira, 2001)
No
entanto, essa informação não assume todo o seu potencial quando analisado de
forma isolada e fragmentada. E necessário contextualiza-la e interpreta-la num
quadro global, de acordo com a própria dinâmica organizacional interna. Assim,
torna-se necessário recorrer, adicionalmente, a variáveis de carácter
qualitativa relativas a gestão da empresa em questão, de forma a consolidar a
informação obtida com base na análise financeira (Menezes).
Por outro
lado, na análise de uma organização, não deve ser esquecido o contexto
específico em que esta se insere, pelo que se torna essencial explorar as interacções
dessa organização com o meio que envolve, de forma a perceber as implicações
dai decorrentes (Neves, 2012)
Conjugando
estes aspectos, criam-se condições para a tomada de decisões fundamentada, que
contribui para a optimizar o modelo de gestão de empresa, ou seja, contribuir
para o delineamento de estratégias adequadas as exigências que o contexto socioeconómico
actual promove. O esquema seguinte pretende sintetizar todo este processo:
Utilização de rácios na análise financeira
Para efectuar
a análise financeira de uma empresa pode recorrer-se a um conjunto diverso de
métodos e técnicas, de diferentes naturezas e nível de complexidade, que podem
ser utilizados de forma isolada ou, preferencialmente, conjugada (Fernandes et al, 2012)
Na prática,
podem ser utilizadas diversas técnicas1, sendo que a construção e
interpretação de rácios e indicadores é a técnicas de análise financeira mais
comum, sendo a que reúne maior consenso, nomeadamente no que diz respeito a
unidades de saúde. Esta abordagem centra-se na análise de indicadores
económico-financeiros, que fornecem informação relativamente ao equilibro da
empresa, à sua rendibilidade, à sua estrutura de capitais, ao seu potencial de
crescimento, ao nível do risco associado, entre outros (Neves,2004).
Nabais e
Nabais (2005) também indicam o método dos rácios como a ferramenta de análise
comumente mais utilizada no meio financeiro. Estes autores afirmam ainda que
podem ser calculados inúmeros rácios, que devem ser analisados e interpretados
em conjunto, para uma avaliação global mais fidedigna. Esta análise permite
avaliar e interpretar a situação financeira e económica da empresa,
centrando-se nas questões fundamentais à sua sobrevivência e ao seu
desenvolvimento e crescimento.
A análise
financeira a partir do método do rácio baseia-se no estabelecimento de uma
série de relações entre diferentes rubricas dos documentos contabilísticos. Ao
estabelecer a relação entre diferentes rubricas, os rácios fornecem informação
mais concreta e mais conclusiva, em comparação com a que se obteria se essas
rubricas fossem consideradas em valor absoluto (Encarnação, 2009).
De facto,
convém sublinhar que a análise financeira deve ser dinâmica e, por isso, não se
pode reportar a momentos, mas antes a períodos de tempo. Normalmente, um
trabalho ou estudo de análise financeira de uma determinada empresa deverá ser
elaborado no mínimo sobre três exercícios económicos. Só assim será possível
detectar eventuais tendências de evolução das rubricas ou indicadores
(Guerreiro,2016).
Muitos actores
defendem que a utilização de rácios financeiros providência uma boa imagem da
performance financeira da organização em estudo, assumindo uma extrema
utilidade quando usados na comparação entre momentos diferentes, uma vez que
espelham as mudanças ocorridas.
Até agora,
face a análise temática, podemos concluir que a análise de rácios financeiros
é, nas unidades de restauração, hotelaria e turismo, uma metodologia adequada
para avaliar a rendibilidade, a aplicação de activos, a estrutura do
endividamento e a liquidez.
Como já foi, é
possível construir inúmeros rácios, mas a sua utilização irá depender sempre
dos objectivos de análise, nomeadamente da natureza dos fenómenos que se
pretende avaliar e das fontes de informação utilizadas (Costa e Alves, 2008).
Moreira (2001) realça também a importância da
interpretação dos resultados: a informação financeira é objectiva, mas a sua
análise envolve um certo grau de subjectividade, decorrente do know-how, da
sensibilidade e dos objectivos de análise estabelecidos pelo analista. Deste
modo, é fácil perceber que diferentes
analistas, perante a mesma informação financeira, poderem retirar diferentes
ilações (obviamente, dentro de certos limites, de forma a que nenhuma delas
possa ser incorrecta). Por conseguinte, a análise e interpretação da informação
financeira deverão ser norteadas em função dos (s) objectivos (s) definidos a
partida pelo analista.
Esta
subjectividade é frequentemente apontada como a principal limitação na
utilização deste tipo de abordagem. Por esse motivo, e de forma a diminuir a
probabilidade de erro relativamente as conclusões retiradas da análise,
torna-se essencial que o analista tenha um conhecimento amplo da realidade que
pretende analisar.
Por outro
lado, é também essencial não esquecer que os rácios tratam apenas dados
quantitativos, fundamentados numa análise contabilística e financeira da
actividade pretérita da empresa, não sendo suficientes, por si só, para
apreciar correctamente a sua situação global e, muito menos, para se poder
interferir com total segurança as suas potencialidades. Deste modo, é fulcral
garantir que estes dados sejam completados por informação de cariz qualitativa,
por forma a garantir fiabilidade as ilações retiradas (Neves, 2001).
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