Indução: é um processo mental por intermédio do qual, partindo de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou universal, não contida nas partes examinadas. Portanto, o objectivo dos argumentos indutivos é levar a conclusões cujo conteúdo é muito mais amplo do que o das premissas nas quais se basearam.
Exemplos:
1. Segunda, terça, quarta, quinta, sexta, sábado e domingo têm 24 horas (dados particulares comprovados). Ora, segunda, terça, quarta, quinta, sexta, sábado e domingo são dias da semana. Logo, todos os dias da semana têm 24 horas (Verdade Geral).
2. O ferro é metal e conduz electricidade, o ouro é metal e conduz electricidade, o cobre é metal e conduz electricidade, (verdades particulares comprovadas), logo, os metais conduzem electricidade (Verdade geral).
3. O Abreu é mortal (dado particular comprovado). O Paulo Dala é mortal. O Alberto é mortal. Logo todo o homem é mortal (verdade Geral).
4. Todos os cães que foram observados tinham um coração (dados particulares comprovados). Logo, todos os cães têm um coração (verdade geral).
A dedução: é um processo mental que consiste em se chegar a uma verdade particular e/ou específica a partir de outra mais geral ou abrangente. Portanto, ao incluirmos um facto específico em outro mais geral, estamos raciocinando por dedução, como se vê no exemplo que segue:
1. Abreu nasceu no Uíge. Todos os que nascem no Uíge são Angolanos (Verdade Geral). Logo, deduz-se que Abreu é Angolano (verdade Particular).
2. Todos os homens são mortais. Abreu é um homem (verdade geral). Logo, Abreu é mortal (Verdade particular).
3. Todo mamífero tem um coração (Verdade Geral). Ora, todos os cães são mamíferos. Logo, todos os cães têm um coração (verdade particular).
Uma característica que não pode deixar de ser assinalada é que o argumento indutivo, da mesma forma que o dedutivo, fundamenta-se em premissas. Mas, se nos dedutivos, premissas verdadeiras levam inevitavelmente à conclusão verdadeira, nos indutivos, conduzem apenas a conclusões prováveis ou, pode-se afirmar que as premissas de um argumento indutivo correcto sustentam ou atribuem certa verosimilhança à sua conclusão. Assim, quando as premissas são verdadeiras, o melhor que se pode dizer é que a sua conclusão é, provavelmente, verdadeira.
Qual é a aplicação significativa do método indutivo e dedutivo para o conhecimento científico?
A relação entre a evidência observacional e a generalização científica é de tipo indutivo. As várias observações destinadas a determinar a posição do planeta Marte serviram de evidência para a primeira lei de Kepler, segundo a qual a órbita de Marte é elíptica. A lei refere-se à posição do planeta, observada ou não, isto é, o movimento passa do era elíptico, o futuro também o será, assim como o é quando o planeta não pode ser observado, em recorrência de condições atmosféricas adversas. A lei - conclusão – tem conteúdo muito mais amplo. do que as premissas -enunciados que descrevem as posições observadas.
Boa parte dos avanços científica acontece por meio de argumentos indutivos: são recolhidos resultados de experimentações e, com base neles, é produzido um modelo geral explicativo para um dado fenómeno. No entanto, fatos novos e imprevistos podem exigir a reformulação desse modelo.
Em resumo, no raciocínio indutivo, parte-se de casos particulares comprovados em busca de uma generalização, (nem sempre as hipóteses se verificam) já os argumentos dedutivos, o movimento é do geral para o particular (as hipóteses se verificam sempre).
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