Uma vez formulado o problema, com a convicção de ser cientificamente válido, propõe-se uma resposta "suposta, possível e provisória", isto é, uma hipótese. ambos, problemas e hipóteses, são enunciados de relações entre variáveis (factos, fenómenos); a diferença reside em que o problema compõe sentença interrogativa e a hipótese, sentença afirmativa mais pormenorizada.
Exemplos: problema - "quais
condições exercem mais influência na decisão das mães em dar o filho
recém-nascido para adopção"?; hipótese - "as condições que
representam factores formadores de atitudes exercem maior influência na decisão
das mães em dar o filho recém-nascido para adopção do que as condições que
representam factores biológicos e socioeconómicos" (Andrade, 1990, p.23);
problema - "a constante migração de grupos familiares carentes influencia
em sua organização interna?"; hipótese
"se elevado índice de migração de grupos familiares carentes, então
elevado grau de desorganização familiar" (Carlos, 1984,p.12). note que as
hipóteses são factos provados cientificamente por outros pesquisadores
renomados, principalmente para estudos de natureza descritiva e explicativas.
Como formular as hipóteses:
Há várias maneiras de formular hipóteses, mas a mais comum é "se x, então y", onde x e y são variáveis ligadas entre si pelas palavras "se" e "então".
Exemplos: "se incentivo positivo (x), então aprendizagem aumentada (y), dado sexo feminino (r) e classe média (s)" ou "se incentivo positivo (x1) e sexo feminino (x2) e classe média (x3), então aumento na aprendizagem (y)"; "se elevado grau de desorganização interna na família carente (x), então maior probabilidade de marginalização do menor (y), dado baixa escolaridade do menor (r) e elevado grau de mobilidade geográfica - migração - da família (s)" ou "se elevado grau de desorganização interna da família carente (x1) e baixa escolaridade do menor (x2) e elevado grau de mobilidade geográfica - migração - da família (x3), então maior probabilidade de marginalização do menor (y)."
1) A hipótese deve ser formalmente correcta e não se apresentar "vazia" semanticamente.
2) A hipótese deve estar fundamentada, até certo ponto, em conhecimento anterior; caso contrário, volta a imperar o pressuposto já indicado de que deve ser compatível, sendo completamente nova em matéria de conteúdo, com o corpo de conhecimento científico já existente.
3) A hipótese tem de ser empiricamente contrastável, por intermédio de procedimentos objectivos da ciência, ou seja, mediante sua comparação com os dados empíricos, por sua vez controlados tanto por técnicas quanto por teorias científicas.
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